O futuro da família é o tema central de um encontro jubilar promovido, no Vaticano, pelo Conselho Episcopal Latino-americano (Celam). Os participantes do encontro foram recebidos em audiência pelo Papa Leão XIV nesta sexta-feira, 19. O Pontífice apontou aos presentes o modelo perfeito da Sagrada Família e a tarefa da Igreja e das instituições de fortalecer os elementos favoráveis à vida familiar.
Leão XIV propôs três palavras para reflexão: jubileu, esperança e família. Ele observou que o Jubileu convida a refletir sobre as raízes: como a fé recebida dos pais e avós e a vida simples, humilde e honesta sustentaram tantas famílias e comunidades. “O Jubileu da Esperança é um caminho rumo ao encontro com aquela Verdade que é o próprio Deus”.
Ameaças à dignidade da família
O Pontífice destacou que não se pode basear a vida na segurança e nas expectativas mundanas. No âmbito social, seria a tentação de “ir vivendo”, como dizia São Pier Giorgio Frassati. Ele também citou as ameaças reais à dignidade da família, como os problemas relacionados com a pobreza, a falta de trabalho e de acesso à saúde, os abusos contra os mais vulneráveis, a migração e a guerra.
“As instituições públicas e a Igreja têm a responsabilidade de buscar formas de promover o diálogo e fortalecer os elementos da sociedade que favorecem a vida familiar e a educação de seus membros”, declarou.
De acordo com ele, nessa perspectiva, pode-se compreender a família como um dom e uma tarefa. “É essencial promover a corresponsabilidade e o protagonismo das famílias na vida social, política e cultural, fomentando sua valiosa contribuição na comunidade. Em cada filho, em cada esposa ou esposo, Deus nos confia ao seu Filho, à sua Mãe, como fez com São José, para sermos, junto com eles, base, fermento e testemunha do amor de Deus entre os homens. Para sermos Igreja doméstica e lar onde arde o fogo do Espírito Santo, espalhando seu calor a todos e convidando-os a essa esperança”.
O exemplo da Sagrada Família
O Papa recordou que São Paulo VI, em sua famosa homilia em Nazaré, exortou a seguir o exemplo da Sagrada Família, acompanhando e apoiando os outros no silêncio, no trabalho e na oração, para que Deus realize neles o plano de amor que lhes reservou. “Este é o amor encarnado em cada vida nascida na fé pelo Batismo e ungida ‘para proclamar o ano da graça’ a todos os homens e mulheres que encontrarão Jesus na Eucaristia e no sacramento do perdão, que o seguirão em sua missão de sacerdote, de pai cristão ou de pessoa consagrada, até o encontro definitivo, até à meta da nossa esperança”, disse.
O Santo Padre fez um apelo ao compromisso e àquela alegria transbordante que inundou os discípulos ao encontrar Jesus Ressuscitado e os levou a proclamar o seu nome por toda a terra. “Que as nossas famílias sejam esse canto silencioso de esperança, capaz de difundir a luz de Cristo através de suas vidas, “para que a alegria do Evangelho chegue até aos confins da terra e nenhuma periferia seja privada da sua luz”, concluiu.
Fonte: Canção Nova
Foto: Reuters
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